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teste áudio 3

PRÉ DE PHONO MOON 310LP

Christian Pruks [email protected]

A fabricante canadense de equipamentos de áudio Simaudio tem uma tradição de mais de 30 anos, começando em 1980, em fazer equipamentos de bom custo-benefício. Passou a conquistar espa-

ço na audiofilia a partir da década de 1990 e desde 1997 lança seus novos modelos com a marca MOON, chamando-os de ‘MOON

Series’, ou ‘Série MOON’. Os amplificadores integrados da marca já são tradicionais no mercado brasileiro.

Com o vinil como mídia preferida de muitos audiófilos - eu mesmo só uso CD porque não tenho acesso a todos os títulos e artistas em LP - praticamente todos os importadores / distribuidores de equipamentos para audiofilia no Brasil estão trazendo toca-discos e prés de phono, e alguns até linhas completas de cápsulas para todos os bolsos.

Recebi então, para teste, o pré de phono MOON 310LP, solid state, MM / MC, arquitetura de circuito dual-mono e com fonte toroidal em placa separada e isolada do circuito de áudio. O 310LP é compacto, bem construído, de boa performance e com interessantes capacidades de regulagem. Como upgrade a Simaudio disponibiliza uma fonte externa, a 320S, com maior capacidade de corrente e que pode ser comprada e adicionada ao 310LP a qualquer momento.

O gabinete compacto e leve do 310LP cabe em qualquer lugar sem problemas, podendo ficar até atrás do rack, pois não possui botão liga / desliga, tendo sido projetado para permanecer ligado o tempo todo. O aparelho vem com um excelente manual que explica muito bem as várias configurações, seus efeitos e a configuração mais indicada para cada setup, cada cápsula. Vem também junto uma chave tipo allen para abrir os oito parafusos da tampa e obter acesso aos jumpers de configuração.

Toda vez que vou avaliar a facilidade de configuração e regulagem de um aparelho como esse, lembro-me de duas coisas sobre pessoas e tecnologia: como a programação de um videocassete sempre iludiu minha mãe, e como a maioria das pessoas têm apreensão de mexer dentro de equipamentos eletrônicos como computadores e outros, tornando esses uma mistura mito-tecnológica de caixa-preta com bicho de sete cabeças - que poderíamos chamar de ‘caixa de sete cabeças’. Portanto, tenho que me por no lugar dos outros para julgar a facilidade de configuração. Alguns prés de phono vêm com os botões de ajuste atrás do aparelho e outros poucos têm os botões na frente. No 310LP, para se obter acesso às regulagens de resistência, capacitância e ganho, entre outras, será necessário tirar oito parafusos tipo allen (coisa que na prática é até fácil, mas psicologicamente chata de se fazer), remover a tampa do mesmo e alterar a posição dos jumpers (pequenos plugues de cerca de 5 mm de largura - pequenos demais para quem precisa de óculos), que junho . 2011 59

PRÉ DE PHONO MOON 310LP ficam no meio do circuito e devem ser operados com o aparelho desligado da energia elétrica, claro. Dentro do pré estão também os dois jumpers que devem ser mudados de posição para poder utilizar a fonte externa opcional 320S. Claro que tudo isso é bem explicado no bom manual de instruções, mas minha mãe continuaria a ouvir só CDs, portanto a melhor pedida é solicitar ao revendedor que, na hora da compra, já deixe na melhor configuração para cada sistema.

Entre as regulagens está a possibilidade de mudança entre a equalização padrão RIAA e a IEC. A Associação da Indústria de

Gravação da América (RIAA) criou, na década de 1950, uma curva de equalização que era para ter se tornado padrão absoluto do mercado de gravação de discos de vinil. Por limitações mecânicas da prensagem de um LP, uma curva de equalização é aplicada diminuindo o grave drasticamente e aumentando muito o agudo, pois o

LP, mecanicamente, permite bom armazenamento de agudos, mas tem no armazenamento de graves seu ponto fraco ‘físico’. No momento da reprodução, o pré de phono re-equaliza o som, dando uma enorme ênfase nos graves e diminuindo os agudos, usando uma curva de equalização inversa à utilizada na prensagem. A Comissão Eletrotécnica Internacional, a IEC, propôs que fosse adicionado a essa equalização um corte de 20 Hz para baixo - naquela

época estavam proliferando toca-discos de menor qualidade que tinham, em comum, cada vez maior ruído mecânico. Esse corte, portanto, poderia ser útil para se evitar o famoso ‘rumble’ que muitos toca-discos de menor qualidade provêm em abundância, ao reduzir ou cortar as frequências subsônicas.

No manual do 310LP, a Simaudio diz que o uso da opção de curva

IEC, em vez da RIAA, diminuiria a tão comum excursão do cone por frequências subsônicas - coisa que realmente acontece quando se usa a equalização IEC. A questão, na minha opinião, é que o som fica um pouco magro e chocho. Então, recomendo ficar no padrão

RIAA, até porque, com um bom toca-discos, o subsônico não chega a ser um problema.

CONFIGURANDO O 310LP

Tive a oportunidade de testar o 310LP com dois toca-discos diferentes: um Rega P3-24 (tração por correia) com uma cápsula

Goldring Elite, e um Technics SP-10 (tração direta) com braço Linn

Basik e cápsula Shelter 501 Mk II. Ambas cápsulas são moving coil de baixa saída, mas enquanto a Shelter usa configurações mais próximas do padrão dos prés em geral, a Goldring precisa de um valor de resistência mais ‘exótico’ para dar bons resultados. Ambas as cápsulas têm o mesmo nível de saída, de 0.5 mv, e a regulagem do nível de ganho do pré em 60 dB serviu muito bem no teste.

O manual do 310LP diz que para cápsulas moving coil o ideal é deixar a capacitância em 0p, ou seja, sem capacitor em paralelo, e meus testes corroboraram isso. Quanto à resistência, as opções são de 47 K, 1 K, 470 R, 100 R e 10 R, com o padrão de fábrica sendo

47 K e servindo a maioria das cápsulas do mercado.

Fazendo o setup com o conjunto Rega + Goldring, lembrei-me de um artigo que li na internet onde o revisor técnico - por não conseguir boa sonoridade com essa cápsula seguindo as indicações de fábrica - mandou o manual às favas e partiu logo para o extremo oposto, onde a cápsula revelou ‘a que veio’. As minhas experiências com essa cápsula foram na mesma direção. Com a resistência em

47 K, a Goldring soou gritalhona, com agudos e médios agudos brilhantes e graves sem graça, sem peso. Passando por 1 K, 470 R e chegando a 100 R, o som foi enchendo embaixo e ganhando peso,

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PRÉ DE PHONO MOON 310LP suavizando em cima. Porém, no MOON 310LP, em 100 R os agudos perderam o brilho e o arejamento de uma maneira que chegava a incomodar. Em 470 R os ataques e transientes soaram soberbos, porém ainda um pouquinho brilhantes, com tendência a frontalizar e ‘entortar’ um pouco o timbre das médias altas. Arrumei, então, mais um par de jumpers extras e pus, em paralelo, 470 R mais

1 K - resultando em 320 R - e o equilíbrio ficou muito bom, dando o melhor dos resultados para a Goldring, proporcionando alguns dias de audição bem prazerosos.

Quando faço testes de alguma coisa relacionada a vinil, seja toca- discos, cápsulas ou prés de phono, passo algumas semanas ouvindo dezenas e mais dezenas de LPs diferentes, raramente ouvindo o mesmo duas vezes - a não ser que seja um LP que considero como referência para algum ajuste específico. Um bom setup para

LP tem que tocar condizentemente bem, desde LPs nacionais antigos e semi-contemporâneos até importados de todas as eras e os novíssimos de 180 e 200 gramas.

Para testar com o conjunto Technics + Shelter, que tem sonoridade bem superior ao Rega, fiquei com a regulagem em 1 K, em vez dos 47 K padrão, o que deu aquela arredondada no som sem perder a clareza e limpeza nas altas e nem a articulação das baixas. Aqui o pré de phono MOON 310LP realmente brilhou. Tanto neste caso quanto com a Goldring o equilíbrio tonal foi bem respeitado pelo aparelho, condição sine qua non para o setup.

A seguir passei a explorar a influência dos cabos de força e de interconexão no 310LP. Realmente não consigo compreender a existência de pessoas que se declaram não acreditar em cabos, principalmente nos de força. É uma simples questão de ouvir e comparar.

Com o cabo original de força do aparelho o som ficou pequeno, sem graça, sem nenhuma extensão e sem finesse nenhuma que permitisse avaliar qualquer aspecto qualitativo, de definição do aparelho.

Isso para não falar no absurdo congestionamento na reprodução.

O uso de melhores cabos, desenvolvidos especificamente para o nosso hobby e nível de exigência foi, portanto, revelador.

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Procurei saber então até onde o 310LP respondia aos cabos de força. E ele não só responde como exige. Passei do cabo de entrada MainsLink Network, pelo The Illusion 2 - ambos da Sunrise Lab

- chegando até a um Purist Audio Anniversary, que custa mais caro que o pré. Os resultados foram excelentes, tanto com o The Illusion

2, quanto com o Purist, porém resultando em um som um pouco mais ‘quente’ com este último. Detalhamento, arejamento, abertura e textura são aspectos que se revelaram com bons cabos de força.

Depois passei entre as saídas RCA e balanceadas, chegando à conclusão de que a MOON se dedicou mais a estas últimas, garantindo maior clareza, mais informação harmônica e, principalmente, maior extensão em ambos os extremos. Durante o teste todo utilizei, então, o cabo de interconexão The Illusion XLR da Sunrise Lab.

OUVINDO O 310LP

Tendo sido corretamente configurado, o 310LP possui um equilíbrio tonal excelente, com boa extensão em ambos os extremos. O aparelho provê grande peso e bom recorte nos graves, coisa que o diferencia bastante dos prés de phono de entrada. O palco se mostra descongestionado, com bom ar e separação entre os instrumentos, características ajudadas pelo realmente superior silêncio de fundo do aparelho.

Texturas são um pouco difusas, assim como o foco, quando comparando o 310LP com prés de referência, mas os decaimentos são bem razoáveis. O corpo harmônico é um pouco irregular, mostrando certa magreza nas frequências altas e médias de alguns instrumentos.

Transientes rápidos e naturais, timbre belo e musical, e microdinâmica são pontos altos. Esta última só não é melhor por causa do ponto fraco geral do 310LP: falta um pouco de pegada, de pulsa-

ção. Rock e outros gêneros musicais de grande pulsação rítmica perdem um pouco do seu encanto.

A apresentação proporcionada pelo 310LP é orgânica, musical e de baixa fadiga. Gêneros como música instrumental, música de câmara e jazz resultam muito bem. Existe uma bela ambiência em todo o espectro, mostrando bem a reverberação original do ambiente onde foi feita a gravação.

A adição da fonte externa 320S traz, entre outras coisas, melhora em macrodinâmica, texturas, detalhes, foco e transientes, mas pode causar uma perda de calor, organicidade e musicalidade. Considerei como ponto fraco da 320S sua tendência a enfatizar um pouco as médias altas, podendo torcer um pouco o timbre de algumas gravações.

CONCLUSÃO

Este é um pré de phono de boa qualidade e grande musicalidade, mas a etiqueta de preço pode melindrar quem possui algum dentre os variados e excelentes conjuntos de toca-discos e cápsulas existentes no mercado, cujo preço total pode ser inferior ao do 310LP.

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Fonte de alimentação

Ajustes de carga resistiva 10 R, 100 R, 470 R, 1 K e 47 KΩ

Ajustes de carga capacitiva

Ganho para cápsulas MM

Ganho para cápsulas MC 54, 60 e 66 dB

Curvas de equalização

Saídas

Isolada com transformador toroidal, dois estágios reguladores de voltagem e 14.000 µF de capacitância

0p, 100p e 470 pF

40 dB

RIAA e IEC

Single-ended (RCA), balanceadas (XLR)

PRÉ DE PHONO MOON 310LP

Equilíbrio Tonal

Palco Sonoro

9,2

9,4

Textura 7,2

Transientes 9,4

Dinâmica 7,9

Corpo Harmônico 7,9

Organicidade 9,2

Musicalidade 10,1

VOCAL

ROCK . POP

JAZZ . BLUES

MÚSICA DE CÂMARA

SINFÔNICA

Alpha Áudio e Vídeo

(11) 3255.9353

Pré-amplificador de phono

310LP: R$ 4.990

Fonte 320S: R$ 4.290

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